Porquê Este Desperdício?


“Como que eu poderia expressar tudo que está no meu coração a respeito dEle?’’ A mulher ponderava enquanto lutava com a ansiedade de seus próprios pensamentos. “O que posso fazer? Que tenho para oferecer?” Nunca rica, sempre pobre... ela segurou firme o jarro de alabastro e o olhou com seriedade, lembrando dos muitos anos de suor gastos para ganhar aquele conteúdo precioso. Mas agora, isto tinha pouco valor comparado com Ele. Mesmo entre os ricos, é um tesouro ansiosamente procurado – poderia viver disso se o vendesse.

Com passos determinados ela se aproximou daquela sala lotada. Um amigo endividado, conhecido na cidade de Betânia como Simão o leproso, tinha convidado Yahshua[1] e seus amigos para a casa dele. Mesmo que a conversa deles às vezes era triste, o coração dela era leve e suave como a brisa da manhã. Ela ouvia atentamente; sua esperança estava centralizada nEle e em como fazer tudo que pudesse por Ele.

Observando, procurando pelo momento oportuno, ela está profundamente motivada pelo amor transbordante que ele expressa, mesmo que sem conseguir compreender o significado da sua partida. Sentindo a urgência do momento, seu único pensamento é estar do lado dEle e servi-lo. “Eu devo fazer tudo que posso para demonstrar o amor, o respeito e a devoção que sinto por Ele.’’

Tendo pensado e deliberado muito sobre o que está prestes a fazer, ela desliza em silêncio e corajosamente se ajoelha do lado dEle. Deliberadamente ela levanta suas mãos calejadas que mostram as marcas de uma pessoa simples que trabalhou duro, aparentemente inconsciente aos olhos arregalados das pessoas ao redor. O tempo parou. Ela destampou o frasco e instantaneamente o aroma da essência de nardo se espalhou pelo ar do entardecer, enchendo a sala com sua fragrância doce e delicada.

Generosamente ela derrama o precioso conteúdo do frasco sobre sua cabeça em mais alta admiração e honra pela maneira que O reconhecia. Então com um movimento gracioso de alguém que verdadeiramente é humilde, ela se prostra para ungir os pés dEle com o que restava daquele óleo raro. Com um semblante radiante ela enxugou os pés dele com seus cabelos.

 Ainda segurando o frasco, olhava fixamente para os pés que trouxeram aquela mensagem de boas novas para ela. Mesmo que não percebia, alguns naquela sala a reprovavam. Longe de estarem felizes, eles ficaram ofendidos e indignados pelo que ela fez - especialmente um homem...

Considerado carinhosamente por Yahshua como amigo e irmão, Judas estava estranhamente perturbado pela exibição generosa do amor embaraçoso da mulher. Quebrando o silêncio com sua reação indignada, ele a repreendeu de um jeito cortante: “porque você está gastando este óleo aromático e caro? Você não se dá conta que isso poderia ter sido vendido por uns trezentos denários e ter sido dado aos pobres?’’

Admirado, mas não surpreendido pela resposta de Judas, Yahshua disse: “Deixe-a em paz. Porque você a incomoda? Ela está fazendo uma boa obra por mim. Os pobres, vocês sempre terão entre vocês e quando quiserem podem lhes fazer o bem; quanto a mim, vocês nem sempre terão. Ela fez tudo que pode. Ela ungiu o meu corpo a fim de me preparar para meu sepultamento. Seguramente, Eu lhes digo, aonde esse evangelho for pregado, no mundo inteiro, o que esta mulher fez será contado em memória dela.”[2]

Referências

  1. ^ Yahshua é o nome hebraico do Salvador. Veja “ O nome acima de todos os nomes”.
  2. ^ Mateus 26:6-13 - Estando Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro. Ela o derramou sobre a cabeça de Jesus, quando ele se encontrava reclinado à mesa. Os discípulos, ao verem isso, ficaram indignados e perguntaram: “Por que este desperdício? Este perfume poderia ser vendido por alto preço, e o dinheiro dado aos pobres”. Percebendo isso, Jesus lhes disse: “Por que vocês estão perturbando essa mulher? Ela praticou uma boa ação para comigo. Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão. Quando derramou este perfume sobre o meu corpo, ela o fez a fim de me preparar para o sepultamento. Eu lhes asseguro que em qualquer lugar do mundo inteiro onde este evangelho for anunciado, também o que ela fez será contado, em sua memória”.Marcos 14:1-9 - Faltavam apenas dois dias para a Páscoa e para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam procurando um meio de flagrar Jesus em algum erro e matá-lo. Mas diziam: “Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo”. Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: “Por que este desperdício de perfume? Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro ser dado aos pobres”. E a repreendiam severamente.“Deixem-na em paz”, disse Jesus. “Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. Pois os pobres vocês sempre terão com vocês, e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória.”João 12:1-8 - Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele. Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.Mas um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo, fez uma objeção: “Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários”. Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado.Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento. Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão”.

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